Notícias de Rondônia, Gêmeas siamesas de Rondônia falecem após uma intensa batalha pela sobrevivência.

Notícias de Rondônia, A morte foi verificada pelo médico Zacharias Calil, que é cirurgião pediátrico e acompanhou as gêmeas ao longo da gestação.

Na sexta-feira (21), faleceram as gêmeas siamesas Nathaly e Rhadassa, filhas de Valdinéia Satil, do estado de Rondônia, após uma série de paradas cardíacas. As crianças nasceram na semana anterior, de forma prematura e unidas pelo tronco e abdômen, resultante de uma gestação de alto risco.

A confirmação da morte foi feita ao g1 pelo médico Zacharias Calil, cirurgião pediátrico que acompanhou Valdinéia durante a gravidez. Ele informou que as gêmeas sofreram duas paradas cardíacas na noite de quinta-feira (20) e na manhã de sexta-feira (21), sendo reanimadas com sucesso. Contudo, durante a tarde do mesmo dia, houve um novo colapso cardíaco e, apesar das tentativas de ressuscitação que duraram 25 minutos, não resistiram.

A família das meninas é originária de Rondônia, mas elas vieram ao mundo em Goiânia (GO) no dia 13 de fevereiro.

O nascimento aconteceu fora de sua cidade natal devido à falta de infraestrutura adequada nas unidades de saúde da região. O parto foi considerado delicado e, conforme relatou o Dr. Calil, a condição de saúde das gêmeas se agravou nas semanas anteriores. Uma das meninas apresentou falência renal e parou de urinar.

Os gêmeos siameses são uma ocorrência rara, com uma estimativa de um caso a cada 200 mil nascimentos.

Essa condição acontece quando um embrião inicial se divide parcialmente, resultando em dois indivíduos que permanecem fisicamente ligados, frequentemente pelo tórax, abdômen ou região pélvica. Este foi o segundo caso de gêmeos siameses registrado em Rondônia nos últimos três anos.

Recordando o caso, para conseguir a viagem a Goiás, Valdinéia ativou suas redes sociais e, ao longo da jornada, recebeu apoio de várias pessoas que desejavam o melhor para as gêmeas.

Em Rondônia, conforme informações do governo estadual, existem programas que atendem gestantes consideradas de alto e muito alto risco. Entretanto, no caso de Valdinéia, os bebês precisavam ser transferidos para outro estado a fim de garantir segurança adequada.

Diante dessa situação, Valdinéia necessitava de um laudo conhecido como “Tratamento Fora de Domicílio” (TFD), essencial para o parto em uma unidade que possuísse recursos adequados. Para obter o documento, ela deveria consultar especialistas ainda em Rondônia, que comprovariam a necessidade do tratamento mais complexo. O processo, no entanto, não foi simples.

A primeira tentativa aconteceu em Ariquemes (RO), onde Valdinéia foi avaliada, mas os profissionais não conseguiram emitir o atestado.

Preocupada, a gestante optou por fazer uma transmissão ao vivo nas redes sociais para compartilhar sua história e solicitar ajuda para conseguir ir a Porto Velho, onde seria mais fácil obter o documento.

A transmissão alcançou mais de 100 mil visualizações. Com a ajuda de amigos, Valdinéia conseguiu, em dezembro de 2024, um encaminhamento para a capital.

Após realizar exames, na primeira semana de 2025, recebeu o laudo que autorizava o tratamento fora de Rondônia.